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“É tudo confuso, não sabemos o que fazer”, diz brasileiro que quer voltar ao Brasil

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O estudante do Rio de Janeiro Breno Bernstein, 20, chegou em Tel Aviv há dois meses para fazer um curso e praticar hebraico com duas amigas brasileiras. Eles planejavam ficar seis meses no país, mas, após os ataques do grupo terrorista Hamas, agora tentam voltar ao Brasil e conseguir um lugar nos voos do governo brasileiro para repatriar cidadãos.

Bernstein afirma à coluna que a comunicação com o consulado do Brasil é confusa e diz que, apesar das tentativas, não consegue saber quando ou se ele e suas amigas poderão embarcar.

Os brasileiros se inscreveram no formulário no site da embaixada em Tel Aviv destinado aos cidadãos interessados em repatriação. “Após o preenchimento do formulário, não temos feedback. Não temos nenhuma informação além de que ‘seremos contatados’”, conta.

“Não sabemos por onde seremos contatados nem como seria o processo todo. Tentamos contato via telefone, mas não nos deram nenhuma informação além de que é preciso aguardar até sermos contatados.”

O estudante diz que é tudo “muito confuso” e que ele e suas amigas não sabem como proceder. Bernstein já ouviu boatos de que, se comprasse passagem de um voo comercial, não poderia embarcar nos voos feitos pela Força Aérea Brasileira (FAB).

“Não sabemos o que fazer. Não temos certeza de estar na lista do Itamaraty. Tentar comprar passagem comum seria o melhor, mas elas estão caras demais e os voos estão sendo cancelados todo o tempo”, segue.

“A tensão é constante”, afirma ainda. O estudante diz que após o início do conflito no sábado (7) tem evitado ao máximo sair de casa.

“A todo momento as sirenes [de alerta de mísseis] podem tocar e temos que correr ao bunker mais próximo [Há] medo de ocorrer algum ataque terrorista nas ruas, visto que muitos palestinos entraram efetivamente em território israelense.”

O primeiro avião da Força Aérea Brasileira (FAB) usado para repatriar cidadãos brasileiros em Israel decolou de Tel Aviv às 14h12 (de Brasília) de terça-feira (10) com 211 passageiros.

A FAB havia informado na segunda (9) que 900 brasileiros devem ser repatriados nos próximos dias. A operação poderá ser repetida na próxima semana, caso haja necessidade. No total, mais de 1.700 brasileiros tinham solicitado repatriação, sendo a maioria turistas hospedados em Tel Aviv e Jerusalém.

Os brasileiros embarcaram na aeronave KC-30, que tem capacidade para cerca de 230 passageiros. A FAB tem quatro aviões à disposição do governo Lula para o resgate. Duas aeronaves da presidência, os VC-2, com capacidade menor de passageiros, também foram incluídos no planejamento.

“Os candidatos à repatriação estão sendo acomodados em listas de prioridade. O Ministério das Relações Exteriores reitera a orientação no sentido de todos os nacionais que possuam passagens aéreas, ou condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais a partir do aeroporto Ben-Gurion, que continua a operar”, diz nota divulgada pelo Itamaraty.

O governo brasileiro também estuda formas de retirar cidadãos brasileiros de territórios palestinos, em particular através do Egito, Jordânia e Líbano. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, há 25 brasileiros na Faixa de Gaza que entraram em contato com o Itamaraty solicitando a repatriação.

Mônica Bergamo/Folhapress

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