A disputa eleitoral em Itabuna, maior município do sul baiano, deve contar com um “palanque” no mínimo inusitado. Tudo indica que estarão do mesmo lado, em torno da candidatura do deputado estadual Pancadinha (Solidariedade), o líder da oposição no Estado, ACM Neto (União); os irmãos Vieira Lima, caciques do MDB e aliados do governador Jerônimo Rodrigues (PT); e o ex-prefeito da cidade e ex-deputado federal Geraldo Simões, quadro histórico e um dos fundadores do PT.
Embora esteja no Solidariedade, partido que integra a base de Jerônimo, Pancadinha sempre se colocou como deputado de oposição e aliado de ACM Neto. Aliás, Neto confirmou, neste final de semana, que o parlamentar terá o apoio do União Brasil (clique aqui para ler). Para isso, retirou do páreo o postulante do próprio partido, o ex-prefeito Capitão Azevedo. O critério utilizado foi o da competitividade, com base em pesquisas quantitativas e qualitativas. Também buscava o apoio do líder da oposição o médico Isaac Nery, pré-candidato em Itabuna pelo PDT.
Em entrevistas à imprensa do sul do Estado, no sábado (28), ACM Neto disse que Pancadinha tem total liberdade para escolher o companheiro de chapa, inclusive se for MDB. O ex-prefeito de Salvador afirmou que as diferenças políticas estaduais são deixadas de lado porque a eleição é municipal. Os emedebistas deixaram o grupo de Neto em 2022, quando retomaram a aliança com o PT. “Queremos que Pancadinha ganhe a eleição e faça a aliança mais ampla e plural possível”, frisou.
“Discutimos com Pancadinha a questão da composição de chapa. Ele tem hoje duas possibilidades principais: o vice do União Brasil ou do MDB. Entreguei nas mãos dele a condução do processo. Disse a ele que quero apenas que ele ganhe a eleição e que seja um grande prefeito. Foi a única coisa que pedi. Dei liberdade para ele costurar a melhor composição”, declarou ACM Neto.
Ele também elogiou Geraldo Simões, mas ressaltou que a posição atual do ex-prefeito, que foi impedido de ser candidato pelo próprio PT, tem relação com a situação política de Itabuna e as críticas à gestão do prefeito, Augusto Casto (PSD), postulante à reeleição. Neto disse ainda que o Solidariedade, embora no campo do governador, “tem bom diálogo” com o União Brasil. Ele destacou ainda que o presidente do União Brasil em Itabuna, o atual vice-prefeito Enderson Guinho, participa das articulações com Pancadinha.
Lúcio e Geraldo
Procurado pelo site, o presidente de honra do MDB da Bahia, Lúcio Vieira Lima, repetiu que a legenda vai seguir, em Itabuna, a escolha de Geraldo Simões (clique aqui para ler). Os emedebistas apoiavam a pré-candidatura do petista a prefeito da cidade. “Não vejo problema em apoiarmos Pancadinha, até porque ele é de um partido da base do governo. Para nós, não há constrangimento algum. Mas vamos acompanhar Geraldo Simões”.
O Política Livre já revelou que os irmãos Vieira Lima informaram ao governador sobre o provável apoio do MDB a Pancadinha (clique aqui para ler). Geraldo Simões também já afirmou ao site que não vai apoiar a reeleição de Augusto Castro, como deseja o PT, e admitiu as costuras com o deputado do Solidariedade. Hoje, o petista declarou que deve tomar a decisão até esta terça (30). (Política Livre)